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A Arte de Perguntar – Parte 2


O desenvolvimento da habilidade de perguntar exige treino e determinação, pois este não é o caminho mais fácil. Ao nos depararmos com uma situação qualquer temos que rapidamente frear nosso ímpeto de opinar. Assim, com calma e consciência, podemos analisar a situação e ver qual é a melhor abordagem. Para fazer essa análise com mais propriedade é fundamental escutarmos com atenção o que o outro está dizendo. Isso não é tão simples quanto parece, pois também não fomos treinados a escutar atentamente.

Para realizar essa ação de forma eficiente precisamos nos concentrar e manter o foco no que o outro está dizendo através de suas palavras e também através de seu corpo, afinal, boa parte da comunicação é feita de forma não verbal. Devemos também ter atenção aos detalhes, pois a combinação deles é que indicará qual caminho devemos seguir.

Uma vez analisada a situação, é inevitável que tenhamos que agir e dizer algo. Um ponto importante para nos auxiliar na construção do que vamos dizer, tanto no caso de ser uma resposta quanto uma pergunta, é mantermos o foco no positivo. O mais comum quando alguém nos traz uma situação problema é fazermos perguntas e comentários que aprofundam no próprio problema.

Podemos passar um bom tempo conversando sobre o que aconteceu de ruim e os efeitos negativos que o ocorrido causou. De que adianta continuar explorando essas questões? Ao tirarmos o foco do negativo, fazemos com que o outro comece a pensar em soluções e isso causa mudanças emocionais na pessoa. Automaticamente ela começa a se sentir melhor e isso só contribui para que ela encontre a solução que deseja.

 

Em um estado emocional positivo conseguimos pensar

com muito mais clareza e tomar melhores decisões,

evitando traçarmos estratégias que contenham

falhas elementares, que possivelmente nos levarão

a um novo fracasso ou situação problema.

 

Focar no positivo para estabelecer este estado emocional é um pequeno cuidado que faz uma grande diferença e tem um impacto direto na qualidade das ações e soluções que virão à tona durante a conversa. Às vezes, só o fato de demonstrarmos que estamos escutando com atenção já é suficiente para que o outro se sinta melhor. A partir daí, é só seguirmos com esse foco, prestando atenção nos benefícios que essa postura traz tanto para a outra pessoa como para nós mesmos. Sim, quem disse que apenas os outros se beneficiam?

Ao adotarmos as perguntas de forma consistente temos diversos benefícios. Primeiramente passamos a nos conhecer melhor e, com isso, também conhecemos melhor as outras pessoas que convivem conosco. O foco na solução passa a ser como um mantra que nos guia a todo momento e leva nossa atenção na direção que realmente importa, contribuindo para que alcancemos nossos objetivos.

Ao desenvolvermos as habilidades de escutar e perguntar, aprimoramos nossa comunicação e percebemos efeitos imediatos em nossos relacionamentos. Com isso, passamos a nos sentir mais apropriados de um senso de propósito, ou seja, nos sentimos capazes de colocar em tudo o que fazemos um pouco da nossa missão de vida. Seja com os colegas de trabalho, amigos, familiares e até com a gente mesmo, sempre estaremos prontos para questionar as situações que chegam até nós e, através de perguntas, possibilitar uma análise mais profunda e completa das mesmas.

Não estou sugerindo que paremos de dar respostas. Elas são necessárias em diversos momentos e não podemos fugir dessa responsabilidade. Mas isso não significa que utilizá-las todo o tempo seja o mais apropriado. Sempre que estamos prestes a dar uma resposta ou fazer uma pergunta temos uma intenção, algo que queremos que aconteça a partir do que vamos dizer.

Ter a consciência desta nossa intenção é a chave para discernirmos qual estratégia será mais eficaz: responder ou perguntar!

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